quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

- Retrospectiva 2009

Tempo de se despedir de mais um ano. Um ano que mesmo não podendo, eu criei expectativas absurdas e por isso nem metade foram superadas como eu imaginei. Mas ainda que o ano seja ímpar, (salvo apenas 2007 que mesmo não sendo par, veio para quebrar as minhas pernas e foi o melhor que já vivi até hoje), eu nunca consigo intitular um ano que tenha sido completamente ruim. Descartável. Mesmo que, hoje, olhando pra trás eu não consiga enxergar muitos motivos de alegrias sinceras, houveram aprendizados múltiplos que foram absorvidos em momentos que não foram os melhores, mas que foram fundamentais na construção do meu caráter e para me tornar mais forte. Nesse clima de retrospectiva, é inevitável relembrar dos momentos que se foram, mas que de uma forma ou outra, sempre escapam da memória e escorrem para o coração. Em 2009, eu tive céus nublados constantes nos meus dias. E nuvens carregadas prontas para desabarem a qualquer momento. Para (me) fazer chover. Contudo, se me perguntarem hoje, como posso sorrir tão levemente, eu direi que foi porque muitas vezes eu chorei lágrimas que não tinha mais. Porque a lágrima escorre para ser flor em semente de sorriso. Aquela pose de boneca que antes me envolvia, se perdeu por aí. O pano se rasgou, a porcelana se quebrou, trincou, quebrou a cara. A boneca tentou se esconder naquele velho mundo de fantasia, sem saber que fuga, não significa proteção. Da boneca só sobrou a forma de entregar ternura a quem quer que seja. Isso ficou, sim. Vai ver que foi por isso que as coisas tenham se tornado tão difíceis, tenham saído de controle. De resto, aprendeu a trocar porcelana e pano por sentimentos reais, emoções, momentos. Ser humana. Esse ano, eu ganhei e reforcei, os presentes de carne e osso que o vento trouxe com ele. Amigos que entendem de forma clara que não são de palavras ou sermões longos que nós precisamos às vezes. Um beijo, um abraço, um olhar transparecendo em sua amplitude um 'conte comigo' são remédios mais que eficazes para fechar feridas. Em 2009 eu tive meu coração machucado inúmeras vezes, mas em compensação, tive mais tempo de remontá-lo. Eu aprendi da forma mais doída, aquilo que Shakespeare quis dizer e as vezes eu fechava os ouvidos e insistia em não ouvir. Aquela coisa de "E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam.." E eu aprendi com maior clareza que são as pessoas com as quais se importam com você, que devem ter a tua atenção e valor. E que você deve cuidar delas, da forma mais doce. Mas não dá pra fechar a cara e escrever só sobre esses momentos. Eu fui feliz, também. Eu comemorei conquistas, eu soube entregar sorrisos quando requisitados, eu senti a barriga doer de rir com a minha risada que voltou a ser alta. Eu compreendi o que é o tal do amor incondicional, eu senti mil e uma emoções, borboletas no estômago me vieram fazer morada. Eu cresci e amadureci de uma forma que eu nem imaginava. Eu aprendi que achar graça na desgraça, tem graça. Eu vivi. É, chegou o fim, que por vezes foi tão esperado, de 2009. Mas não fico triste não. No fim das contas, foi bom. Mas o ano que vem por aí será infinitamente melhor. 2010 será uma montanha alta e dificil de se escalar, mas levo comigo instrumentos que me ajudarão escalar, e eu mal posso esperar.